Entrevista com escritor Alan Pereira

by - dezembro 02, 2013



Olá meus leitores!O Jornalismo na Alma traz entrevista com o autor Alan Pereira, que escreveu Paz em Ciclos. Abaixo vocês podem conhecer um pouco mais sobre o escritor e também o livro.Vamos conferir?

Sobre o livro
Uma câmera de apenas dois megapixels, a querida bicicleta de passeio e uma incessante busca por paz de espírito. Estes foram os elementos fundamentais para que Alan abandonasse seu quarto-refúgio em busca de novos caminhos e sentimentos, sendo estes totalmente inversos daqueles que imaginara — dias sem alegria, lembranças doloridas, lágrimas que não cessariam.
Diante do mundo e seus habituais punimentos, o estudante de 24 anos sai à caça de novas experiências em sua cidade natal, São Paulo, e documenta em vídeos a sua própria rotina, em meio a uma grande crise existencial e emocional.
Paz em Ciclos relata esta intensa jornada contra a dor, a culpa pelos erros cometidos no passado e a ilusão gerada pelos sonhos que não se cumpriram, mas que não foram suficientes para que o jovem Alan perdesse a esperança e a vontade de viver — e surpreender.





Jornalismo na Alma-Quando iniciou o desejo de ser escritor?
Alan Pereira-Eu sempre gostei de ler. Cresci lendo os livros da Série Vagalume (Editora Ática): A Ilha Perdida, O Rapto do Garoto de Ouro, Pega Ladrão... Fiz o meu primeiro blog aos 15 anos, e foi a primeira vez que os meus textos começaram a ser elogiados pelas pessoas. Não sei criar histórias fictícias, mas gosto de escrever sobre mim, sobre a vida e sobre outras pessoas.

Jornalismo na Alma-Nos conte um pouco mais sobre Paz em Ciclos.
Alan Pereira-Paz em Ciclos é, originalmente, um documentário lançado no Youtube em quatro partes, lançadas entre maio e agosto de 2013. O livro começou a ser escrito após o término da série de vídeos. Apesar de ter o mesmo nome, o público-alvo do livro é diferente: ele é muitíssimo mais intenso, detalhado e profundo, além de ser voltado a pessoas que nunca ouviram falar do documentário. Porém, há QR Codes dos vídeos espalhados pelo livro, para quem quiser assistir os vídeos enquanto lê a obra.
Trata-se de uma autobiografia que percorre um período de 5 meses, e que relata uma das fases mais difíceis de minha vida.

Jornalismo na Alma-Quanto tempo levou para escrever o livro?
Alan Pereira-Entre 20 e 25 dias. Foi numa tacada só.

Jornalismo na Alma-Como surgiu a escolha do nome do livro?
Alan Pereira-“Paz em Ciclos: Um Novo Início” era o nome do documentário. Como eu pretendia escrever sobre o mesmo, prossegui com o nome principal. O subtítulo “Caminhos Opostos” é uma alusão ao que o livro relata: duas pessoas que seguiram por caminhos distintos. O livro chegou a se chamar “Paz em Ciclos: Corações em Guerra”, mas este subtítulo foi descartado depois de um tempo, por não absorver o sentido real da obra.

Jornalismo na Alma-Como surgiu a ideia de documentar suas experiências na sua cidade natal com apenas uma bicicleta e câmera em mãos?
Alan Pereira-Eu estava buscando formas de ocupar minha mente, então comecei a gravar a minha rotina em vídeos diários. A princípio, a ideia era apenas registrar um possível progresso, visto que eu me encontrava em uma situação emocional muito complicada. Após as primeiras gravações, percebi que tinha uma história em mãos, e que eu poderia mostra-la a outras pessoas. Comecei a rodar a cidade em busca de novos lugares e situações para filmar.


Jornalismo na Alma-O livro surgiu depois dos documentários registrados com a câmera?
Alan Pereira-Exato. Após a terceira parte do documentário, esperei 30 dias e comecei a escrever o livro. Aliás, isso não foi tão planejado assim (risos). Conversando com uma amiga minha (que acabou se tornando a colaboradora oficial da obra), perguntei o que ela achava sobre eu escrever um livro focado no Paz em Ciclos.
Ela respondeu exatamente assim: “Desde que eu ganhe o livro com uma dedicatória sua, sim!”

Jornalismo na Alma-O que essa jornada representou para você como experiência de vida?
Alan Pereira-Eu evoluí muito durante a produção do documentário, e as partes da série (que foram apelidadas de Ciclos) ilustram bem isso. O Ciclo 1 é extremamente triste e difícil de assistir. Já o Ciclo 3 mostra nitidamente como eu me sentia uma pessoa melhor. Não foi nada fácil no começo, mas o que eu posso dizer hoje é que o livro é a expressão viva de todas as dificuldades que passei neste ano.

Jornalismo na Alma-Defina Paz em Ciclos em apenas uma frase. Por quê?
Alan Pereira-Perguntinha difícil, hein? (risos)
Eu não sei se há uma frase que define a obra, mas se for para definir em uma palavra, eu a tenho na ponta da língua: teimosia. Teimosia de ser feliz, de voltar a viver, de não carregar mais um sentimento de culpa no coração... Paz em Ciclos é um grito. O meu grito mais alto.

Jornalismo na Alma-Para você, qual a importância do papel dos parceiros blogueiros na literatura?
Alan Pereira-Serei sincero: conheço poucos blogs parceiros (este é apenas o segundo para mim), mas percebi que eles valorizam MUITO o escritor e sua obra, independente do método utilizado para o lançamento do livro (autopublicação, no meu caso) ou se é um escritor de primeira viagem. Eu fico muito feliz e agradecido por isso. Nossa imagem é exposta para milhares de usuários e a resposta tem tudo para ser satisfatória.

Jornalismo na Alma-Qual a maior dificuldade que enfrentou para publicar seu livro? Como superou essa situação?
Alan Pereira-Como o Paz em Ciclos foi autopublicado (Clube de Autores e Bookess), não enfrentei grandes dificuldades. Pretendo buscar uma editora para lançar uma possível 2ª edição do livro, mas o foco no momento é divulgar esta primeira edição independente. É um mercado em franca ascensão e onde podemos publicar nossas obras sem interferências externas — sendo que este último fato foi a minha maior motivação. Eu queria que o livro tivesse o meu jeito, em todos os sentidos.

Jornalismo na Alma-Quem confeccionou a capa do seu livro?
Alan Pereira-Eu confeccionei três capas, todas com fotografias de meu arquivo pessoal. A minha colaboradora Gisele Sinzker ajudou-me a definir qual seria a capa definitiva, e entramos em comum acordo: a fotografia da Ciclovia Rio Pinheiros era a capa mais impactante, e a que mais condizia com a proposta do livro. Além da capa, cuidei de outros detalhes do projeto gráfico: orelhas, contracapa e até as sinopses.

Jornalismo na Alma-Como busca inspiração para escrever?
Alan Pereira-Músicas preferidas no player e ambiente noturno. É o que basta. (risos)

Jornalismo na Alma-Com sente-se com a receptividade das pessoas que leram a obra?
Alan Pereira-É a parte mais incrível. Alguns casos me impressionaram: uma pessoa leu o livro em 2 horas. Outros choraram ao ler apenas a sinopse. A única crítica que recebi até o momento diz respeito a minha própria exposição por escrever um livro tão pessoal. Bem, é um preço a se pagar por escrever uma autobiografia, então não vejo problemas nisso.
Aliás, eu gostaria de receber mais críticas, pois preciso saber onde preciso melhorar para o próximo livro (risos). Só tenho recebido elogios e perguntas do tipo “E o próximo, sai quando?”...

Jornalismo na Alma-Sobre qual tema escreveria  outro livro?
Alan Pereira-Eu gostaria de fazer ficção, mas não sei por onde começar (risos). Não sei criar histórias, e eu realmente gostaria de saber. Por ora, eu gostaria de escrever outra autobiografia ou, ainda, um verdadeiro livro de autoajuda. De qualquer forma, são planos para 2014. Paz em Ciclos é o foco para o restante deste ano.

Jornalismo na Alma-Diga um autor preferido no Brasil? Por quê?
Alan Pereira-Posso dizer dois? (risos). João Carlos Marinho e Marcos Rey.
São autores infanto-juvenil, mas eles foram a minha base. Se eu gosto de ler hoje, é porque li os livros deles. Tem muito de Marcos Rey no Paz em Ciclos, quem ler vai poder reparar isso. Ele não está mais entre nós, mas seus livros inspiraram muito a minha geração. Ivan Sant’Anna também merece uma menção aqui.


Jornalismo na Alma-Diga um autor estrangeiro preferido? Por quê?
Alan Pereira-Ernest Cline. Ele tem apenas um livro publicado (Ready Number One/Jogador Número 1), mas é simplesmente fantástico. Se um dia eu começar a escrever ficção, Ernest Cline será a minha base.

Jornalismo na Alma-Qual a dica que você daria para futuros escritores?
Alan Pereira-Há algo que eu considero essencial: não escreva por dinheiro. Dinheiro é uma consequência de seu trabalho. Eu recebo cerca de 8% por cada Paz em Ciclos vendido (ele custa R$ 29,90), mas se eu pudesse, venderia a preço de custo. A minha intenção era escrever uma história que pudesse emocionar e até ajudar pessoas, mesmo que esta não fosse puramente autoajuda. Se for escrever um livro, o faça com toda a calma. Não há pressa para definir o valor dele.
Ah, capricho também é algo muito importante, principalmente no ramo de autopublicações. Tem muito autor que só está pensando nos cifrões: livro sem ISBN, revisão ortográfica do Word, diagramação péssima e quer vender a obra a R$ 50,00 ou R$ 60,00. O leitor não é idiota. Se for para entregar um produto com preço elevado, que este tenha qualidade. Autopublicação e edição sob demanda são ótimas opções para escritores iniciantes, mas capriche em seu produto final. Dê o melhor de si para ter um livro de qualidade.
  
Jornalismo na Alma-Para encerrar gostaria de fazer um bate e volta com você.
Alan Pereira-Uma pessoa: Minha mãe, hahahaha!
Um desejo: Conhecer o Japão. Aceito patrocinador!
Um livro: “Train Man/Densha Otoko”. Não parece, mas é um best-seller. Leiam.
Uma música: Eu vou escolher uma música que represente o Paz em Ciclos, pode ser? “Your Song”, da banda japonesa SUPER BEAVER. Toque ela e tudo o que passei em 2013 será exibido em minha mente como uma novela.
Uma comida: Steak de frango sem recheio. E o Chicken Sandwich do Burger King.
Uma bebida: Iorgurte de morango.
Uma frase: “Defenda-se”. É curta, mas é uma frase.
Animal de estimação: Todos os que couberem em minha casa. Este lugar já está parecendo um zoológico (risos).
Filhos: Se vier menino, ensino a jogar bola. Se vier menina... Bem, sei lá o que farei. Ah, só quero um filho, mas sabe como é... Posso “negociar”.
Dinheiro: Não substituirá a minha felicidade, mas eu quero!
Felicidade: Ver a minha obra nas mãos de outras pessoas. Aquilo saiu de um arquivo do Word!
Fama: Hã? No aguardo!
Religião: Cristianismo. Mas devo ser uma das pessoas mais “mente aberta” da história: já fui católico e agnóstico.
Blogueiros: Eu, hahahaha! Acessem o “Ciclos de Paz” e leiam os melhores textos do Brasil... Mentira. Recomendo o Márcio Rodrigues, amigo meu e responsável pelo blog “Um Travesseiro Para Dois”.
Falsidade: É uma droga, todos nós sabemos.
Poesia: Desconheço, infelizmente. Mas admiro!

Sobre o autor
Alan Pereira, pseudônimo de Alan Pereira Rêgo, tem 24 anos e é estudante de Sistemas de Informação na Associação Educacional Nove de Julho - UNINOVE. Fundou, em meados de 2013, a microempresa de serviços de informática AP TechData (www.aptechdata.com.br). É blogger e vlogger no site Ciclos de Paz (www.ciclosdepaz.com.br). Seu primeiro livro, "Paz em Ciclos: Caminhos Opostos", foi publicado em setembro de 2013, e é a sua primeira aposta no ramo da literatura brasileira. Fonte: Arquivo do autor.

Contato

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21 comments

  1. Curti demais saber que existem pessoas empenhadas em escrever algo super interessante. Eu também quero escrever um livro um dia, na verdade estou começando a escrever!
    Fiquei muito feliz em ler! E quero esse livro. Beiijos!

    http://www.emummundopossivel.blogspot.com.br/

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  2. nao conhecia ele nem os livros :)
    adorei conhecer \o

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  3. Que bom conhecer escritores talentosos do nosso Brasil!
    Bjs – Su - www.rosachiclets.com.br

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  4. Oi Paloma, passei para dar um oi.
    Que Deus te abençoe sempre.
    Super beijos da Tatá!!!

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  5. Parabéns pela entrevista. Não faz muito o gênero que eu gosto de ler. Ele escreveu bem rápido hein?

    Blog Prefácio

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  6. Interessante... gostei da entrevista e o livro dele parece ser bem interessante. ;)

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  7. Olá como vai!
    Oi amiga linda tbm estava com saudades de sua visita viu...Volte sempre
    Beijão

    http://diferencial2000.blogspot.com.br
    Lojinha:candylandy.loja2.com.br
    http://docesinlove.blogspot.com.br

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  8. Que interessante ele fazer um livro depois de um documentário que ele próprio produziu. Muito bom, vou conferir mais sobre o livro.
    beijos.

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  9. Não conhecia o autor, mas achei interessante a história dele.
    Beijos e queijos cumadre.

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  10. Amei a entrevista :3
    vestindo-ideias.blogspot.com.br

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  11. Que escritor interessante. Gostei bastante da entrevista e também das respostas dele. É bom ler desde criança;
    Beijocas xará ;)

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  12. Não conhecia o livro e nem o autor, mas não me interessei muito.
    xoxo

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  13. Olá, Paloma.
    Primeiramente queria dizer o quanto gostei do novo layout do blog, muito lindo, e que adorei a entrevista, conhecer um pouco mais do autor sempre é muito bom. Até mais.
    http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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  14. Nossa, eu sempre amei a série vaga-lume, herdei vários livros das minhas primas!


    Beijos
    Brilho de Aluguel

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  15. Olá, eu também cresci lendo os livros da editora Atica, e também li A ilha Perdida, é muito bom. E para ser sincero, o livro do autor não me interessou muito, mas foi bem interessante a maneira como ele desenvolveu o livro. Boa sorte a ele. Tem post novo lá no blog, passa lá.

    http://j-a-santos.blogspot.com.br/

    Abraços,
    J. A. Santos

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  16. Adorei as entrevistas!

    Xoxo
    overdosederosa.blogspot.com.br

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  17. Este comentário foi removido pelo autor.

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  18. Agradeço imensamente pelo espaço concedido, foi uma ótima entrevista! Muito obrigado!

    Cordialmente,
    Alan Pereira
    facebook.com/pereira.alan

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  19. Gostei da entrevista, bem bacana, ele tem muito talento e é bem ágil.. vai ter sucesso!! Boa sorte ;)

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  20. Olá Paloma,

    Eu já tinha estado aqui ontem, mas não pude terminar de ler a entrevista. Agora pude ler com calma. Gostei muito e principalmente por ver que o Autor escreve por ideal, sem se preocupar com os lucros. Todo escritor iniciante deveria levar em conta este fator. Primeiro é preciso lutar para ser conhecido e reconhecido. O resto é consequência.

    Beijo.

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