Resenha- Romeu e Julieta - William Shakespeare

by - janeiro 14, 2015

William Shakespeare
Shakespeare, William, 1564-1616. Romeu e Julieta / William Shakespeare; tradução F. Carlos de Almeida Cunha Medeiros, Oscar Mendes. -5. Ed. –São Paulo: Martin Claret, 2012.- (Coleção a obra- prima de cada autor; 93).
Em Verona, na Itália, por volta de 1600, a rivalidade entre os Montecchios e os Capuletos acentua-se e os conflitos estendem-se a parentes e criados, apesar do apelo do príncipe pela paz.Num baile de máscaras na casa dos Capuletos, Romeu Montecchio conhece Julieta Capuleto. A paixão é mútua e instantânea. Ao descobrir que pertencem a familias inimigas, os dois se desesperam. Resolvem casar-se secretamente, com a cumplicidade de frei Lourenço.No entanto, o destino desse amor seria trágico.
Classificação:


Ficha Técnica
Título original: Romeo and Juliet
Editora: MARTIN CLARET
ISBN: 8572325271
Edição: 1
Coleção: A OBRA PRIMA DE CADA AUTOR
- MARTIN CLAR
Ano: 2011
Páginas: 160

Notas 
Capa: 10/10
Conteúdo:06/10
Diagramação: 03/10
Conceito Geral:70/100

Amor e tragédia
Por Paloma Viricio
Visão Geral
Secai vossas lágrimas e depositai vosso romantismo nesse belo cadáver; e, como é de hábito, conduzi-o para a igreja, adornado com seus melhores atavios; pois, embora a terna natureza ordene que nos lamentemos, as lágrimas da natureza são escárnios da razão”, p.127. Romeu e Julieta é uma das mais antigas e famosas histórias de amor do mundo. Um relato comovente de dois corações apaixonados que só desejavam se amar eternamente.

Duas famílias vivem em pé de guerra. De um lado os Montecchio e do outro os Capuletos que alimentam rancor há gerações. Uma instituição que odeia plenamente qualquer membro da outra. Até quando o amor floresce entre jovens de distintas famílias. Julieta dos Capulutos e Romeu dos Montecchio. È ai que esse amor proibido abre nova ferida entre inimigos. Mesmo com toda desesperança o casal inflamado por forte paixão lutará com todas as forças para ver concretizado a união de um amor tão doce, a combinação perfeita, como queijo e goiaba. “Esses transportes violentos têm um fim igualmente violento e morrem em pleno triunfo, como o fogo e a pólvora que se consomem ao se beijarem. O mai doce mel é repugnante pela própria delícia e estraga o apetite pelo seu excelente gosto. Ama, portanto, com moderação; assim se conduz o verdadeiro amor”, p.83.

Finalmente consegui ler e resenhar Romeu e Julieta. Obra, que nutria grande curiosidade na minha pessoa. È claro, que como muitos outros, já conhecia a história do casal, mas precisava ler em totalidade e expressar em miúdos minha opinião. Em primeiro lugar, notei grande diferença em ler uma peça, já que estou acostumada com os romances e afins. Foi algo gritante, até me acostumar com aquele texto “seco” foi brabo. A linguagem é antiga, o que requer bastante atenção do leitor. Não sei se a tradução é uma das melhores (acredito que não), só afirmo que senti grande dificuldade de concentração devido á linguagem mais rebuscada.

O amor é fumaça formada pelos vapores dos suspiros. Purificado, é um fogo chispeante nos olhos dos amantes. Contrariado, um mar saciado pelas lágrimas dos amantes. Que mais ainda? Loucura prudentíssima, fel que nos abafa, doçura que nos salva”, p.35. Assim... não tem como dizer que não gostei. O livro possui boa trama, prende o leitor em volta á uma nuvem de esperança de que tudo dê certo...enfim. Além do mais a peça é pura poesia. Cada parágrafo que absorvia só fazia alimentar a alma com belas palavras. É tudo tão doce, sensível, puro... lindo. Só que se analisarmos friamente e compararmos com obras atuais veremos que não é toda essa maravilha que pintam. Senti como se estivesse lendo uma ideia e diálogos dessa. Ponto. Nada mais... sabe aquela descrição maravilhosa que encontramos em muitos livros atuais? Aquilo que faz você se apaixonar por um livro... a riqueza de detalhes. Não é elemento principal em Romeu e Julieta.

Então é uma obra boa, mas que não me surpreende em comparação com outras mais atuais (e melhores). Inclusive, há versões da história romântica que dão um banho na original. Isso porque a escrita do autor é crua. Isso que afirma também Gayle Forman no livro Apenas um Dia: Dramaturgos não são romancistas. Eles criam obras que precisam ser atuadas, interpretadas. Para serem reinterpretados através dos séculos. Graças à sua genialidade, Shakespeare nos deu um material tão cru que realmente pôde sobreviver através dos tempos, resistindo à miríade de reinterpretações que damos a ele. Porém, para apreciarmos Shakespeare de fato, para compreender por que ele sobreviveu ao tempo, devemos lê-lo em voz alta, ou, melhor ainda, vê-lo sendo interpretado, quer seja num traje de época ou absolutamente nu, num prazer dúbio que tenho tido, p.204." Gostei de ler, foi satisfatório, apesar do final mega triste...fiquei sentida. “Que luz reluz através daquela janela! É o Oriente e a Julieta é o sol! Surge, claro sol, e mata a lua cheia de inveja, já doente e pálida de desgosto, vendo que tu, sua serva, és bem mais bela do que ela! Não a sirvas porque é invejosa!”, p. 59.

Designer e diagramação
Bom, a capa é repaginada e bem fofinha (romantizada). As folhas são brancas e como se não bastasse as letras são minúsculas e espaçamento “apertado” o que me incomodou demasiadamente por não proporcionar conforto visual algum. Traduzindo... um livro que leria em um dia, me fez gastar aproximadamente uma semana para conclusão da leitura graças á “maravilhosa diagramação”... só que não!

Sobre o autor

Shakespeare é considerado um dos mais importantes dramaturgos e escritores de todos os tempos. Seus textos literários são verdadeiras obras de arte e permaneceram vivas até os dias de hoje, onde são retratadas frequentemente pelo teatro, televisão, cinema e literatura. Nasceu em 23 de abril de 1564, na pequena cidade inglesa de Stratford-Avon. Nesta região começa seus estudos e já demonstra grande interesse pela literatura e pela escrita. Com 18 anos de idade casou-se com Anne Hathaway e, com ela, teve três filhos. No ano de 1591 foi morar na cidade de Londres, em busca de oportunidades na área cultural. Começa escrever sua primeira peça, Comédia dos Erros, no ano de 1590 e termina quatro anos depois. Nesta época escreveu aproximadamente 150 sonetos. Fonte: Suapesquisa.com

Licença Creative Commons
O trabalho Amor e tragédia de Paloma Viricio foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Obs.: Todos os textos produzidos neste blog são da minha autoria e estão registrados. Se utilizá-los, por favor lembre-se dos créditos. 


Encontre  Monólogo de Julieta  também no:

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10 comments

  1. Olá, Paloma, tudo bem?
    Tá aí um livro que sou doida para reler, mas não tenho ele aqui em casa. De fato há umas releituras muito boas, mas não podemos esquecer que tudo se partiu do original, logo não podemos desmerecê-lo. Adorei a resenha!

    Beijocas,
    Nina & Suas Letras

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  2. Eu amo Shakespeare! Apesar de ler uma peça não ser como ler um romance e o cenário e afins ficarem por conta total e absoluta do leitor. Os diálogos desse gênio são impagáveis, seus heróis e vilões infinitamente imitados e imitados! Sei lá... Sou fã e por isso suspeita para falar!

    Curtir sua resenha, porque foi sincera e sinceridade é coisa rara nesse mundo. Como sempre curtir a inserção de trechos da obra na resenha, me deu vontade de me agarrar com alguma coisa de Shakespeare e apreciar sua linguagem e eloquência, que, não nego, me da trabalho pelo vocabulário elevado e tudo e tal, mas também me da um prazer incrível e eleva meu espirito! #MuitoAmor

    Pandora
    O que tem na nossa estante

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  3. Nunca li uma peça nega, tenho até meio medo rsrs. Deve ter sido uma batalha e tanto conseguir se adaptar a esse tipo de leitura.

    David (http://daavidjsc.blogspot.com.br/)

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  4. Eu li o livro e fiquei pouco presa, mas adorei o final, apesar de tudo. A história corre bem, e isso é ótimo.
    www.dai-sies.blogspot.com

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  5. Oiee

    Também tenho curiosidade de ler algo que Shakespare escreveu mas não sei se leria justamente por essa linguagem mais dificil e essa diagramação com letras pequenas e bem próximas é horrível cansa a vista e torna a leitura mais lenta.

    Beijos

    www.livrosechocolatequente.com.br

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  6. Olá!

    Que demais, eu amei a sua opinião e resenha, já tentei, peguei em um livro destes e não levei para ler, acho que o principal fator de não ler é realmente a linguagem rebuscada, ia fica pelo menos um mês para ler algo seco (e ao mesmo tempo não), enfim, acho melhor ver uma peça de teatro do que ler rs.

    Beijos!
    De tudo um pouco

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  7. Confesso que ainda não li essa obra, mas tenho vontade.
    E, cara, realmente a diagramação da Martin Claret é beeeem incômoda. Tipo, as capas são bem trabalhadas, são lindas, mas a fonte e as folhas brancas são de doer nos olhos.

    Um abraço!

    Blog || FanPage

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  8. Sheakspeare fez sucesso mesmo por causa de suas tragédias.. Acho que não poderia ser diferente.
    Mas a capa dessa versão é linda *-*

    Beijos

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  9. Esse ano pretendo ler vários clássicos! E vou começar com esse, ótima resenha.

    http://criativare-leitura.blogspot.com.br/

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  10. Olá.
    Eu li esse livro no ensino médio e adorei. Um dos melhores clássicos que eu já li até hoje.
    Mesmo conhecendo a história, quando li, foi uma sensação totalmente diferente. Não imaginei que fosse gostar tanto.
    Beijos!

    http://ymaia.blogspot.com.br/

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